Bons sonhos!
O sono tem um papel importantíssimo na saúde. Dormir não significa apenas descansar o corpo e relaxar; é muito mais que isso.
Cyro Masci, médico psiquiatra e diretor clínico da Clínica Masci, explica que, ao contrário do que se pensa, o sono não é uma atividade em que o corpo fica sem fazer nada, ou seja, não é um processo passivo.
“É um mecanismo ativo do cérebro com consequências profundas na qualidade de vida, na reparação e recuperação dos danos que sofremos”, afirma.
Não há uma quantidade específica de horas que se deve dormir, já que cada pessoa precisa de diferentes quantidades de sono. Contudo, existem alguns parâmetros que podem ajudar a saber qual é a necessidade de cada um.
A regra básica, porém, é que cada indivíduo deve dormir o suficiente para enfrentar um dia típico de atividades, habitual, sem sentir sono. Outra dica é dormir até acordar sem ser despertada por relógio ou outra pessoa.
“Esse tempo de sono pode ser contabilizado quando a pessoa está de férias e, após alguns dias sem compromisso, ela passa a acordar sempre no mesmo horário”, diz o médico.
É claro que a idade influencia. Por exemplo, um bebê dorme, em média, 16 horas; um adolescente pode precisar de até 9 horas; uma mulher em torno dos 30 anos precisa de, mais ou menos, 8 horas de sono; já um idoso pode dormir menos de 6 horas e ficar plenamente descansado.
Doenças do sono
Há quem durma mal devido a doenças como insônia ou apneia do sono – quando ocorre uma obstrução das vias, provocando paradas da respiração enquanto a pessoa dorme. Para tratar, é recomendável procurar um médico especializado para investigar quais as causas da doença.
Dos distúrbios do sono, os respiratórios, como o ronco e a Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono, são aqueles que mais prejudicam a saúde do corpo. “Cerca de 32% da população de São Paulo sofre de apneia ou ronco”, revela Levon Mekhitarian Neto, especialista no tratamento dos distúrbios respiratórios do sono.
A apneia está diretamente relacionada ao aumento de peso (obesidade), alterações da memória, cansaço, sonolência diurna e impotência no homem. Se não for tratada, podem ocorrer arritmias cardíacas, derrame cerebral e infarto, entre outras doenças graves.
“Na mulher, esses distúrbios ocorrem com mais frequência após a menopausa, enquanto que, nos homens, acontecem geralmente após os 40 anos”, explica Aída Alvim, especialista em distúrbios do sono da Clínica Respirar.
Melhore seu sono
Dormir mal pode trazer malefícios ao corpo, não só por ele não se recuperar do desgaste diário, mas também por aumentar a irritabilidade, a queda de concentração e atenção e a tendência à depressão, além de facilitar o contágio de doenças infecciosas por baixa resistência.
As pessoas que dormem mal também envelhecem precocemente, têm mais risco de ter obesidade, doenças do coração, hipertensão arterial, impotência sexual, diabetes, derrame cerebral e até mesmo câncer, dentre outros problemas de saúde, de acordo com Aída.
Para melhorar a noite, mantenha um horário regular para dormir, permitindo que o organismo desenvolva um ritmo interno apropriado. Outra dica é reservar sempre de 20 a 30 minutos para se preparar para dormir.
O médico psiquiatra Cyro Masci também recomenda que, antes de dormir, as pessoas falem de coisas agradáveis, ouçam música suave, leiam um livro monótono (e não um que desperte a atenção), tomem um banho quente e, se possível, diminuam a intensidade de luz, usando um abajur ou uma lanterna.
Fazer exercícios físicos moderados, especialmente os de alongamento, até duas horas antes de dormir, podem ajudar. Já atividades intensas são vilãs do sono, pois aumentam o nível de excitação geral do corpo.
Trabalhar até a hora de dormir, tentando cair de sono, pode ser uma necessidade momentânea, ou ainda um hábito criado em uma tentativa de se desligar dos problemas, que a médio e longo prazo acabam não funcionando e trazendo problemas.
O mesmo se aplica a outros hábitos de tentar estressar o organismo até ele desmoronar, como ficar assistindo à televisão, lendo conteúdos tensos ou ouvindo música excitante.
Da mesma forma, tentar resolver questões importantes e pensar em problemas pendentes não apenas impedem um bom sono como também bloqueiam que o inconsciente veja outros lados da questão.
Stéfanie Privado é cantora e, por conta dos horários invertidos devido aos shows, dormir nunca foi tarefa fácil para ela. Depois de ter tentado chás, calmantes fitoterápicos e até mesmo remédios, os exercícios foram a salvação.
“A energia que gasto com eles foi a carga necessária para equilibrar meu corpo para a hora do descanso. Faço exercícios logo que acordo (musculação) ou caminho durante o horário do almoço. Moro em frente a uma praça que tem uma pista de caminhada bem bacana e foi nela, tão próxima a mim, que descobri o jeito de dormir melhor”, revela.
Por fim, evite medicamentos para dormir, pois eles causam dependência. Procure alternativas mais saudáveis, como adotar travesseiro e colchão adequados, assim como manter o quarto com iluminação amena e bem ventilado.
Parece óbvio, mas…
- Quando sentir sono, vá para a cama. Tentar lutar contra ele possivelmente irá fazê-la perder o ritmo.
- Ao contrário, se não estiver com sono, não fique na cama. Levante e vá fazer algo que não seja excitante.
- Atenção: se você dormiu mal uma noite, procure não compensar dormindo até mais tarde, pois isso pode fazer com que o seu organismo inverta a noite com o dia.
Cuide da alimentação
A alimentação também está relacionada ao sono. Fazer uma refeição pesada até três horas antes de adormecer é pedir para dormir mal. Prefira comidas leves e de fácil digestão – e jante cedo.
Além disso, evite tomar bebidas com cafeína, pois elas impedem que o cérebro se desligue. Ingerir bebidas alcoólicas antes de dormir também provoca alterações nos ciclos do sono, resultando em uma noite mal dormida e com ressaca pela manhã.
Publicado no site Disneybabble
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